segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Vinibrasil e o Vale do São Francisco

A produção de vinhos de alta qualidade em condições semi-áridas foi o tema do jantar oferecido pela Vinibrasil a convidados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), em Olinda (PE). O local escolhido foi o restaurante Due, especializado em comida mediterrânea e com uma boa carta de vinhos verde-amarelos. O agrônomo João Santos, diretor da Vinibrasil, e Gabriel Maciel, da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, conduziram o jantar com uma degustação de vinhos e espumantes da Rio Sol, vinícola situada em Petrolina (PE).

Vinda de Portugal, onde possui nove vinícolas, a Vinibrasil escolheu o Vale do São Francisco para elaborar um vinho único no mundo. “Acreditamos que esta região tem potencial para produzir os melhores vinhos do Brasil”, afirma o apaixonado e cativante João Santos, que deixou Portugal para começar do zero a história da Rio Sol no Brasil. “Sonhamos em fazer um vinho com atitude, não com altitude”, diz ele, referindo-se ao fato do Vale do São Francisco estar localizado no paralelo 8º Sul, deslocado da tradicional área de cultivo de uvas para vinhos, no paralelo 40 dos hemisférios Norte e Sul.

A busca de um novo terroir trouxe a Vinibrasil para a seca região do semi-árido nordestino. Os 200 hectares da vinícola estão expostos a mais de 300 dias de sol por ano, numa temperatura média elevada e boa amplitude térmica (de 33ºC a 17ºC), pluviosidade baixa, irrigação controlada e o chamado “ciclo contínuo”, ou seja, a possibilidade de produzir uvas – e consequentemente vinhos – todos os meses do ano. “Ninguém pode fazer isso em todo o mundo”, destaca Santos.

Duas safras anuais
Este diferencial competitivo torna o trabalho árduo e permanente. A vinícola possui 50 lotes de quatro hectares cada um. Cada um deles é tratado de forma exclusiva. “Ao mesmo tempo, temos as quatro estações do ano em nossos vinhedos”, conta Santos. Uma especificidade da região é que cada vinhedo produz duas safras anuais. “Tratamentos cada parcela de nossas uvas como um bebê”, observa. “Hoje, temos 25 colheitas anuais”. As duas cepas mais cultivadas são a Shiraz e a Tempranillo. Depois vem a Cabernet Sauvignon e a Alicante Bouchet.

A recompensa pode ser conferida nas taças. A Rio Sol é a marca de vinhos brasileiros mais vendida no mundo – 40% da sua produção é exportada para 17 países. Os principais mercados são Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Espanha, França, Itália, Áustria, Alemanha, Portugal, Luxemburgo, Bélgica, Suíça e Dubai.

A complexidade em elaborar vinhos em condições tão especiais – e únicas – fazem a Vinibrasil investir muito em tecnologia e pesquisa. A consultoria é feita pela Universidade de Lisboa, que manda seus técnicos a cada dois meses ao Brasil. A empresa é uma das três vinícolas nacionais que possui ISO 9001 e é a única empresa de vinhos do nordeste com reconhecida pela norma de qualidade (certificado BVQI). Em 2006, recebeu o mais cobiçado prêmio de inovação tecnológica, o Finep, na categoria processo, deixando a gigante Motorola em segundo lugar.

Fonte: Ibravin

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