terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Brinde à Saúde....

Estudos fermentam os motivos para se colocar o vinho no cardápio do dia-a-dia: ele faz bem ao coração e, segundo pesquisas recentes, uma de suas moléculas pode combater o câncer e o herpes.

Arroz, feijão, peito de frango... e um cálice de vinho tinto. A mesa do brasileiro tende a não ser mais a mesma depois que os cientistas passaram a degustar, ou melhor, investigar os benefícios da bebida para a prevenção de doenças cardíacas. De artigo de luxo o vinho vem se transformando em recomendação que freqüenta o receituário de muitos cardiologistas. Agora uma novíssima safra de estudos aponta o resveratrol – substância encontrada na uva – como um possível aliado na luta contra o câncer e o herpes. Ainda mais saboroso foi o achado do químico gaúcho André Souto, da PUC do Rio Grande do Sul. Segundo seu trabalho inédito, ao qual SAÚDE! teve acesso com exclusividade, os tintos nacionais estão entre os vinhos com maior concentração dessa molécula promissora.

Os vinhos brasileiros só perdem para os franceses
O estudo comandado por André Souto é pioneiro no país. Ele analisou quimicamente 36 amostras de vinhos tintos produzidos no Brasil a partir de diferentes castas de uva. Depois se debruçou sobre as concentrações de resveratrol, uma das 200 substâncias polifenólicas encontradas normalmente em cada cálice. De posse dos números, comparou-os com as quantidades desse composto em rótulos de outros países. Então foi surpreendido. "Nesse aspecto, os vinhos nacionais só ficaram atrás dos franceses", conta Souto, entusiasmado.

Um bom hábito
De fato, é uma notícia e tanto. O resveratrol vem sendo saudado pela comunidade científica como um antioxidante poderoso e um antiinflamatório competente. "Ele é hoje uma espécie de molécula da moda", avalia Souto, referindo-se aos incontáveis estudos sobre o tema que vêm sendo publicados em revistas médicas sérias de diversos países. Os cientistas começaram a desconfiar dos benefícios do vinho para o sistema circulatório ao observar estudos de população. Ainda nos anos 1950, chamou atenção o que ocorria na França. Seu povo se empanturrava de comidas gordurosas mas, mesmo assim, tinha um índice de mortes por doenças cardíacas menor do que em outros países ocidentais. O mistério foi resolvido quando se percebeu uma diferença fundamental: eles são bebedores contumazes de vinho. A maioria não dispensa a bebida diariamente, durante as refeições. "É o que chamamos de 'paradoxo francês'", diz o cardiologista Fernando Lucchese, da Santa Casa de Porto Alegre. Convencido de que beber vinho tinto faz bem, o médico prescreve um cálice para acompanhar cada refeição. "O vinho está virando um ingrediente do dia-a-dia de quem busca saúde."

Fonte: Revista Saúde

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