O projeto Wines of Brasil (Wof), realizado em parceria pelo Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) e pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), realizou, nesta segunda-feira (25), a primeira degustação de vinhos e espumantes verde-amarelos em Estocolmo, capital da Suécia. O patrocínio do evento foi do Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio da Embaixada do Brasil na Suécia. Cinco vinícolas estiveram presentes: Aurora, Casa Valduga, Lidio Carraro, Miolo e Salton. “Foi um sucesso”, afirma a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan.
Cerca de 70 convidados, entre jornalistas, importadores, sommeliers e donos de hotéis, bares e restaurantes estiveram presentes, assim como representantes do Systembolaget, o monopólio responsável pela comercialização no varejo de bebidas alcoolicas na Suécia. O comprador de vinhos do Systembolaget para a América do Sul, Magnus Elkof, compareceu ao evento. Ele virá ao Brasil no dia 3 de novembro para visitar várias vinícolas integrantes do Wines of Brasil.
Das cinco empresas presentes, Lidio Carraro e Salton estavam em busca de importador. As demais já possuem importador e inclusive estão participando da última licitação que abriu no monopólio para compra de vinhos branco (chardonnay) e rosé.
O embaixador Antonino Mena Gonçalves abriu o evento, falando sobre a história da vitivinicultura brasileira, com destaque para a evolução na qualidade dos nossos produtos nos últimos anos. A jornalista e sommelier sueca Susanne Berlund-Krantz, que esteve em setembro no Brasil trazida pelo Projeto Imagem Internacional do Ibravin, fez uma apresentação das regiões produtoras e sobre potencial do vinho brasileiro. “O que mais me impressionou foi a paixão que os produtores brasileiros estão dedicando aos seus negócios”, disse.
O importador Richard Keller, da Casak Sweden (www.casaksweden.se), que também estará no Brasil na próxima semana participando do projeto comprador do CIC (Centro da Indústria e Comércio), em Bento Gonçalves, disse estar impressionado com a alta qualidade dos vinhos brasileiros. “O que muitos participantes do evento comentaram foi que acharam o vinho brasileiro ‘clean’, com bastante expressão da fruta e sem muita madeira”, conta Andreia, acrescentando que “eles não esperavam encontrar este estilo de vinho no Brasil”. Vários participantes do evento disseram que esperam ver o vinho brasileiro nas prateleiras do Systembolaget, assim como outras degustações dos produtos verde-amarelos.
Torbjorn Rolander, representante da Aurora e gerente de marca da Fondberg (www.fondberg.se), tradicional importador do mercado sueco, disse que as principais pessoas do setor de vinhos da Suécia estavam presentes, desde jornalistas até importadores e representantes do monopólio.
Oportunidades
A comitiva do projeto Wines of Brasil (Wof) visitou, na manhã do dia 25, o Systembolaget. No local, o comprador Magnus Elkof fez uma apresentação da estrutura do monopólio e abordou as oportunidades para o vinho brasileiro. Sua vinda ao Brasil na semana que vem servirá para prospectar produtos às licitações de 2012 e fazer propostas mais específicas para o Brasil. “É fundamental que ele possa conhecer in loco e entender as nossas potencialidades”, comenta Andreia.
Até agora, os vinhos brasileiros têm participado de licitações temporárias (compras sazonais). “A ideia é que, com o tempo, além de termos vinhos permanentes à venda nas lojas, também tenhamos uma oferta maior de produtos disponíveis aos suecos”, observa a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil.
No ano passado, o Systembolaget incluiu, pela primeira vez, as vinícolas brasileiras na licitação para compra de espumantes moscatéis. Este ano, renovou convite para as empresas verde-amarelas participarem da oferta de vinho branco (chardonnay) e rosé. “Existe uma excelente oportunidade para venda neste país escandinavo, já que o Systembolaget é o local de compra de 74% dos vinhos vendidos aos consumidores suecos”, informa Andreia.
A Suécia, que possui um consumo per capta de 26 litros de vinho e derivados ao ano, tem crescido bastante o seu consumo de vinho rosé e de espumante. O país escandinavo é um dos oito mercados-alvo a serem atacados nos próximos dois anos pelo projeto Wines of Brasil. Os demais países prioritários para a promoção dos vinhos brasileiros são Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Hong Kong, Países Baixos, Polônia e Reino Unido.
Atualmente, quatro empresas integrantes do WFB vendem vinhos para a Suécia – Miolo, Aurora, Rio Sol e, a Garibaldi, que venceu a licitação para exportação de espumante moscatel.
Systembolaget
- O Systembolaget tem 412 lojas, 9.000 itens cadastrados de mais de 40 países fornecedores, 114.1 milhões de clientes e 4.397 empregados (dados 2009). O faturamento alcança 23,5 bilhões de SEK’s (cerca de 2,35 bilhões de euros).
- 51% das vendas são de vinho em Bib (Bag-in-box).
- A África do Sul foi o país que mais ganhou mercado nos últimos anos, passando de 5 milhões de litros em 2000 para 35 milhões de litros em 2009, mostrando o quanto os suecos estão abertos a novos produtos.
- O Systembolaget também tem uma grande preocupação com sustentabilidade e responsabilidade sociais, considerando, cada vez mais, estes fatores na compra dos produtos. O interesse do monopólio não é de aumentar as vendas e consumo, mas sim, trabalhar cada vez mais próximo aos serviços que presta aos seus clientes.
Saiba mais
Desde o ano 2000, a importação e distribuição de álcool podem ser realizadas por meio de importadores registrados na Fazenda sueca. Apenas o monopólio do varejo permanece, através do Systembolaget. O consumo de vinhos tintos na Suécia representa 57% do total, sendo 32% brancos e 11% espumantes e outros. A origem dos produtos está assim dividida: Novo Mundo (43%) e Velho Mundo(57%).
O mercado de vinhos na Suécia
•Produção: Praticamente inexistente, devido às condições climáticas;
•Importação: Corresponde a quase todo o valor consumido;
•Consumo: 160 milhões de litros;
•Consumo per capta: 26 litros;
• A Austrália é o principal fornecedor, seguido da África do Sul e Itália;
•A participação da Austrália cresceu 31,7% de 2006 a 2007, sendo que o maior crescimento no mesmo período foi da Nova Zelândia (47%);
•Outros crescimentos expressivos foram obtidos pelo Líbano (42,2%) e Áustria (33,2%);
•Os países com as maiores perdas de mercado foram a Romênia (-23,7%) e Grécia (20,8%);
•54% do mercado é de bag-in-box. O seu consumidor é fiel e está numa faixa etária maior, com renda acima da média;
•Há um aumento de consumo de vinhos tintos mais caros, entre US$ 10 e US$ 15. E o segmento dos mais baratos está diminuindo;
•Há uma maior aceitação para tampas-rosca, especialmente nos vinhos brancos.
Fonte: Ibravin
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