Um vinho brasileiro desbancou franceses, chilenos e argentinos em uma degustação às cegas exclusiva da uva Pinot Noir realizada pela Confraria Sabores de Baco, de Recife (PE). O vinho Dádivas Pinot Noir, safra 2009, da Vinícola Boutique Lidio Carraro, foi o grande vencedor da prova. Em segundo e terceiro lugares, ficaram dois chilenos, respectivamente, Leyda Reserva Pinot Noir, safra 2008, e Amayna Pinot Noir, safra 2007. Os representantes franceses, da Borgonha, berço tradicional da uva Pinot Noir, ficaram apenas nas 6º (Château de Dracy) e 7ª (Bourgogne Couvent des Lacobins) posições entre os oito vinhos degustados.
“O resultado do encontro foi surpreendente”, escreveu o conhecido crítico de vinhos Murilo Guimarães, colunista do caderno Sabores, da Folha de Pernambuco, coordenador do grupo de degustadores. “Tivemos uma devastadora vitória sul-americana sobre os vinhos da Bourgogne. Lembrei do famoso Julgamento de Paris”, comparou Guimarães, lembrando a lendária degustação ocorrida em 1972 na capital francesa, quando os vinhos locais perderam, pela primeira vez, para rótulos do Novo Mundo.
Na relação qualidade-preço, o Dádivas Pinot Noir, elaborado com uvas cultivas nos vinhedos de Encruzilhada do Sul, sem passagem por madeira, também foi destaque, por ter preço de R$ 45, ante R$ 47 do Leyda, R$ 172 do Amayna, R$ 157 do Bourgogne Couvent des Lacobins [veja a íntegra dos preço na tabela em anexo]. “As duas melhores relações qualidade-preço foram dos mesmos dois primeiros lugares no aspecto gustativo – Dádivas e Leyda”, ratificou o crítico.
“Gostamos muito do resultado do nosso Pinot Noir, com isso consolida-se a relação custo-benefício dos vinhos da Lidio Carraro. Este resultado contribui para diminuir o pré-conceito que o consumidor brasileiro tem em relação aos nossos vinhos, além de um estímulo ao nacionalismo”, destaca o gerente comercial e enólogo, Juliano Carraro. “Chegar a este resultado, é concluir todo o ciclo realizado em busca de um vinho que revela seu contexto de forma autêntica. É isso que buscamos e ficamos realizados quando as pessoas percebem isso através do vinho, ele fala por si, conta sua história e aguça os sentidos. Isso nos motiva a continuar fazer nosso melhor”, comemora a enóloga da Lidio Carraro, Monica Rossetti.
Os degustadores convidados pela Folha de Pernambuco foram os seguintes: Amanda Loyo - sommelière pela Court of Master Sommeliers na Califórnia; Fabiana Gonçalves - sommelière pela Associação Brasileira de Sommeliers e proprietária do blog Escrivinhos (www.escrivinhos.com); José Roberto Dantas - sommelier pela Associação Brasileira de Sommelier de São Paulo e professor de enologia no curso de Gastronomia da Faculdade Maurício de Nassau; Jorge Pinho - fundador da Sociedade dos Amigos do Vinho em Pernambuco (Sbav-PE), Fred Guimarães - palestrante de enologia e ex-presidente da Sbav-PE; Hermilo Borba Neto - fundador da Sbav-PE e atual diretor de degustação da entidade e Murilo Guimarães - colunista de vinho do caderno Sabores e coordenador das degustações de Sabores de Baco. A prova ocorreu no dia 14 de outubro, no Hotel Arlante Plaza, na capital pernambucana.
Na tabela em anexo, estão as regiões/países produtores, os nomes dos vinhos e as safras. Depois, a faixa de preço, a média de pontos (máximo de 100) e a classificação dos vinhos.
Confira o resultado:
1º - Dádivas Pinot Noir (Brasil)
2º - Leyda Reserva Pinot Noir (Chile)
3º - Amayna Pinot Noir (Chile)
4º - Alamos Seleccion Pinot Noir (Argentina)
5º - Las Perdices Reserva Pinot Noir (Argentina)
6º - Château de Dracy (França)
7º - Bourgogne Couvent des Lacobins (França)
8º - Aurora Pinot Noir (Brasil)
Fonte: TExto Sul Assessoria
Um comentário:
Eh brincadeira isso neh!!!!!Comparar um blind test com o Chateau de Dracy com o julgamento de Paris soh pode ser brincadeira de mau gosto. Esse bourgogne nao da para fazer nem sagu!!!!!!!
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